sexta-feira, 18 de março de 2011


ENTRE PAREDES
Ana Barreto


As horas do dia passam docemente
E escondem, cúmplices, todos os meus medos
Ameaçam e não revelam, meus tantos segredos
Os que amealhei na vida, mansamente...

Pensamentos tolos, que me povoam a mente
Sonhos sufocados, esquecidos enredos
Nas linhas das mãos, nos toques dos dedos
Na ânsia dos desejos, que eram meus, somente

As horas se foram em dias, os dias, em anos
Mas eu aprendi, com meus muitos enganos
O que a vida me ensinou, assim, impaciente

Hoje não espero demais e nem faço planos
Pois sei que as coisas com as quais sonhamos
Chegam pra nós no certo momento... Como um presente...

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